"Temos dito muitas vezes que à maneira que
Coimbra se vai desenvolvendo e modernisando, mais se vai criando a necessidade
de novos melhoramentos a que é justo atender.
Colocamos acima de todos a substituição do Mercado, essa
coisa nojenta que para aí está a envergonhar-nos e que precisa de desaparecer
para honra da nossa terra.
A construção, pelo menos, do pavilhão para a venda
de hortaliças, frutas e flores é inadiavel e urgente, não só pelo aspecto de
pobrêsa que tem as barracas que ali se vêem, mas tambem porque aquilo, como
está, é um foco de doenças.
Ali não ha higiene, nem a pode haver, visto que a
maior parte das vendedeiras teem de sentar-se no chão, sem cobertura alguma que
as livre da chuva. Outro melhoramento urgente se impõe: é a iluminação
electrica.
A Câmara vai vendo diminuir a sua receita do gaz,
que era a mais lucrativa, pela substituição deste pela luz electrica.
Em Coimbra são já iluminados por este sistema a
Escola Brotero, Hospitais da Universidade, Teatros Sousa Bastos e Avenida,
fábrica de massas da estrada da Beira (…)
Se a Câmara não trata de municipalizar a iluminação
electrica, não tardará que a estação telégrafo postal e a Penitenciária
substituam tambem o gaz pela luz electrica, e então a Câmara ficará sem nenhuma
das grandes receitas que tinha do gaz.
A Câmara já devia ter atendido a isto há muito.
Temos a satisfação de poder afirmar que ha mais dum
ano chamamos a atenção da Câmara para este caso, que é muito grave.
In "Gazeta de Coimbra", 11 de Julho de 1914.
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