Em 1888, o inglês William Flinders Petrie começou a escavar as ruínas de
Kahun, ao sul do Cairo, o primeiro sítio arqueológico a mostrar a
rotina dos antigos egípcios. Entre as descobertas estava um bastão de 28
centímetros decorado com talhos vermelhos e pontinhos pretos. O objeto
em forma de curva, um ancestral do nosso bumerangue, datava de cerca de 1
800 anos antes da era cristã. Era, provavelmente, um brinquedo de
criança.
Outros achados mostram que a humanidade brincava muito
antes de aprender a escrever, e que jogos como cinco-marias já eram
conhecidos na Pré-História. "Desde que existem crianças, existem
brinquedos", diz Cristina Von, autora de A História dos Brinquedos (Ed.
Alegro). "Brincar é parte essencial da formação do ser humano." Na
atividade lúdica, a criança descobre o corpo, aprende a se socializar, a
resolver problemas, a imaginar. As brincadeiras de antigamente não são
muito diferentes das atuais. "Fiquei surpresa ao perceber que as coisas
mudaram tão pouco", afirma a escritora e pesquisadora Deborah Jaffé,
integrante do comitê do museu da infância Victoria & Albert, de
Londres. Se o conceito é o mesmo, a tecnologia de fabricação e os
materiais evoluíram e se diversificaram, acompanhando as inovações de
cada período. A produção em massa veio depois da Revolução Industrial. E
os brinquedos ficaram mais baratos.
Eles traduzem a capacidade
do homem de criar e reciclar. Não faltam exemplos de objetos que
trocaram de função. Como o bumerangue, que nasceu como arma e virou
brinquedo. Melhor se divertir do que guerrear.
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